domingo, 27 de fevereiro de 2022

Memórias – A Universidade - Parte I

 Vai fazer agora, em Setembro de 2019, 15 anos que entrei no curso de Artes Plásticas, na ESAD, nas Caldas da Rainha, acreditava eu que esse era o caminho a seguir. Acho que no fundo, esta ideia de ser artista sempre esteve presente em mim e esse ambicionado sonho começava então por dar os primeiros passos, com a ida para a universidade e a saída de casa dos pais.

 Obviamente que esse marco foi fundamental na minha evolução como Ser, foram sem dúvida tempos de liberdade e de crescimento, mesmo que a independência económica não existisse, (não me poderei nunca queixar da falta de dinheiro, pois tive a sorte de os meus pais estarem sempre lá), essa despreocupação económica, permitia no fundo…. Ser livre!

Ser livre de fazer somente aquilo que se gosta ou quer, sem nenhuma preocupação, ir as aulas ou não, ao atelier, fazer experimentalismos, fazer musica, ir a praia, sair à noite, todas as noites… concertos, festas, namoros, muitos excessos, etc.!! Aaahh… a Universidade… bons tempos! Sim , sim! Acho que não será mais necessário prolongar-me sobre o assunto!

Nesses tempos, entre amigos e colegas que guardo para a vida e outros que jamais voltarei a ver, acabei por fazer a licenciatura e sentindo que não estava pronto para sair, um ano depois regressei, para fazer também o mestrado, que considero ter sido essencial, no meu desenvolvimento pessoal e também do meu trabalho (do qual me orgulho), não só pela mudança de maturidade em mim como pelo próprio corpo docente e projecto escolar.  Pelo meio passei uma temporada em casa dos meus pais, trabalhei na central de distribuição dos Correios em Cabo Ruivo e tirei a carta de condução.

Esta bolha universitária durou o tempo que tinha que durar até que quando acaba, acaba, e tu não tens muito por onde te agarrar e quando cais, cais com estrondo!...

Os sonhos… o sonho de ser artista… esse, à muito que já foi realizado, eu não quero ser artista, eu sou Artista, esse Ser existe dentro de mim, faz parte de mim, não preciso sequer de pintar ou esculpir ou fazer o que quer que seja… ele habita dentro da minha cabeça, ele é a minha forma de ver o mundo, a minha forma de estar de falar com as pessoas de existir, eu sou e eu serei sempre a Arte e o Artista de mim mesmo! Ser artista não significa viver da arte, (por melhor que isso aparente ser, no fundo voltas à liberdade de fazer exclusivamente o que tu gostas para viver), viver da arte é para mim uma ilusão, ser artista é viver para a arte… e a arte, a verdadeira arte…  é a vida!



Publicado originalmente no Facebook a 16 de Agosto de 2019

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