domingo, 27 de fevereiro de 2022

Londres, a Cidade, o Campo e o COVID-19

 

Durante estes utimos dias tenho vindo a pensar muito sobre varios temas, decidi hoje, dia da primavera reflectir um pouco sobre isto.

No final do meu calamitoso e destrutivo Verao de 2014 na cidade de Londres (sem deixar aqui de resalvar as boas amizades que me salvaram), decidi retornar a Portugal e compreendi que a vida na cidade era incompativel com a minha pessoa  por razoes obvias de tendencias auto-destructivas. Nesse sentido acabei por procurar a ajuda do meu irmao e depois de 3 meses a apanhar azeitonas nos recondidos de Tras-os-Montes entre Talhas e Talhinhas partimos para a Corsega.

Seis anos depois e mesmo tendo mudado da Corsega para o sul de França, continuo a fazer a minha vida no campo e isto leva-me ao ponto onde nos encontra-mos todos hoje, enclausurados numa realidade de ficçao cientifica, com um perigoso virus que pode apanhar qualquer um. A diferença aqui diz respeito aos modos de clausura em que cada um de nos se encontra.

Eu, encontro-me no campo, com horta e floresta à minha volta, continuo mesmo a ir trabalhar, no meio das vinhas, sozinho com o vento e o sol... mas, diria que provavelmente entre 80 a 90% da minha familia e amigos encontra-se fechada em apartamentos, sem arvores, flores e terra, com vizinhos em cima, em baixo, a passar portas, escadas e elevadores para entrar e sair de casa... tenho, os meus pais fechados no seu apartamento num predio de 15 andares, onde cresci, sem poderem sair, estou eu, a 2000km de distancia, sem poder sequer voar para os ver, estamos todos, assim, presos numa realidade orwelliana, mas devemos todos aproveitar muito bem este tempo (que vai se prolongar por todo o mes de Abril, no minimo) para reflectir e pensar sobre as prioridades da nossa vida, sobre o modo de viver, de nos alimentarmos e sobre o modo de habitarmos este planeta, e se a escolha é habitar a cidade, entao, a meu ver, esse modo de habitar tem que ser repensado, recriando as cidades, criando dinamicas de jardins e hortas espalhados pelos varios bairros das cidades, criando uma rede de sustentabilidade alimentar a nivel local, por exemplo.

Se ha coisa que este virus nos veio demonstrar é que o boicote acaba por ser extremamente eficaz no combate a este capitalismo agressivo em que o mundo tinha e tem evoluido e é é imperativo que as pessoas comecem a repensar os seus modos de consumo, nomeadamente alimentares, a politica de consumo local é essencial,  de proximidade e sobretudo amiga do planeta, isto quer dizer, de origem "biologica" sem quimicos, sem venenos. Para o consumo de carne é igual, reduzir e rever a origem das carnes, nao participar neste cormercio que escraviza e maltrata os animais, isso é completamente incompativel com o desenvolvimento sustentavel, harmonioso e feliz do planeta!

Trabalhando eu no campo, nas vinhas, sei a quantidade de produtos quimicos que sao lançandos à terra, que por sua vez vao à agua, etc, etc, até ao interior do nosso corpo. é imperativo acabar com isso e cabe a cada um simplesmennte escolher nao participar nesse negocio e comprar produtos livres disso.

Este virus, é na realidade, mais um Anti-virus da Terra, numa tentativa de reprogramar e mudar o rumo ds acontecimentos! O Ser-humano tinha e tem a responsabilidade de ser o protector e o "cuidador" do planeta, nao o seu destrutor, e enquanto cada um de nos nao acordar para esta sua missao continuaremos a estar confinados, enclausurados e presos a uma realidade que, na realidade nao nos pertence!

Desejo a todos os que tiveram a paciencia de ler isto ( e aos outros tambem) do mais profundo sentimento do meu coraçao votos de uma feliz entrada na Primavera, e mesmo se distantes fisicamente proximos em espirito, cheios de Amor, Luz, Alegria, e como diriam nos "3 Idiotas", "vai tudo ficar bem, e se ainda nao esta tudo bem, é porque ainda nao é o fim"  ou qualquer coisa do genero!





Publicado originalmente no Facebook a 21 de Março de 2020

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