No inicio dos anos dois mil havia uma tripla imbatível la para os lados de Alvalade, composta por um romeno, Marius, Nicolae de apelido, por um outro Marius, um tal de Jardel, e ainda um outro não menos lendário João Vieira Pinto, velha gloria vermelha, que quando surgiu vestida de verde e branco, saltou, porque quem não salta é lampião! Esta cronica poderia ser muito bem sobre os feitos desse trio de ataque demolidor, mas não é…
…Eu, também sempre tive apetência para esse
jogo do futebol, pé esquerdo magico, preciso, passada lenta comó Barbosa,
craque indiscutível dos Lobos do Planalto, dos meus tempos de juventude, o rei
dos cabritos, era ver a bola ser bombardeada pelo guarda-redes adversário e
quando ela saltava ao pé de mim, na altura na defesa esquerda, simulava que
mandava outro chutão lá para a frente e o meu adversário, todo cagado fechava
os olhos e saltava e eu pimba, enganava-o, passava a bola por cima dele, tal
Ronaldinho, ali com um cabrito ao terceiro andar, normalmente em frente ao
banco de suplentes, para fazer rir a malta, e lá vinha o Sr. Baúa, “Oh
Oliveira, deixa-te lá dessas brincadeiras” enquanto esboçava um sorriso que não
conseguia esconder empurrando-o ali para o canto da boca. Subida de divisão, cheguei
mesmo a fazer um ou dois Hat-trick, defesa, medio, extremo esquerdo encostado à
linha para não estorvar, aquilo era tudo, mais tarde, já na faculdade, o Messi
das Caldas, uma Alta Equipa Comprida, várias meias finais roubadas, um titulo,
duas ou três vezes melhor marcador do torneio, golos e mais golos, mas agora
era já só no futsal, batíamo-nos entre amigos, era fixe!
Terminada a juventude, a minha gloriosa
carreira que só não acabou no Sporting porque a minha arte é grande demais para
esse campeonato veio a internacionalização, depois de umas passagens breves por
Paris e Londres foi no Sul de França que voltei ao onze, meia época em Lorgues
e época e meia no Besse Sport, uma subida de divisão e mais uns dois ou três
golitos que as pernas já não dão para mais e andar a correr atrás de putos de
vinte anos dá cabo da saúde a um gajo.
Foi, no entanto, na reforma dessa grande
carreira futebolística que alcancei o melhor e maior Hat-trick da minha vida.
Marius, nome latim para quem vem do mar, azul, no entanto foi do verde das
montanhas da Córsega que ele nasceu, nesta quarta-feira 24 de Maio, à noite, numa
ambulância dos bombeiros, e vem assim dar asas ao meu triplete de ouro, um
triplete de rapazinhos.
No meio de todos estes Hat-tricks e historias futebolísticas,
cheguei agora à Champions League, que isto não é para quem quer é para quem
pode, mas a verdadeira craque desta equipa é a minha companheira de equipa, a
Camille, a Cristiana Ronalda desta equipa, a Messi, Pele, Maradona, Cruyff, e
Zidane disto tudo, nem eles todos juntos lhe rivalizam, que a sua força é de um
outro campeonato, estratosférico, mãe dos meus filhos, deu ao Mundo três, e não
há homem no mundo que possa compreender nem rivalizar com nenhuma mulher,
nenhuma mãe, que só para trazer uma criança ao mundo é preciso mais força que
tudo. Venham lá dai com Jorge Costas Fernando Coutos e Paulinhos Sautos, que deste
lado há Acostas, há Sá Pintos, há raça e há querer.
Quando ela me diz que sou maluco eu riu e
pergunto, é quem o mais maluco, o maluco ou aquela que lhe deu três filhos?
De qualquer das maneiras Camille, não há nada
a fazer, este ano a taça é nossa, e tudo graças a ti, és a mvp, a “man of the
match”, estrela da constelação, a ballon d’or, a melhor disto tudo. Obrigada
por tudo. Je t’aime.
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