Tenho tido por hábito escrever por aqui uma crónica
de inicio de novo ano, revelações, ideias ou projectos a ter para essa nova
viagem à volta do Sol que começa todos os 365 dias por estas datas, no entanto,
nada ou pouco tenho tido para dizer nestes tempos que correm.
A vida tem seguido o seu ritmo com altos e
baixos, concentrada no rame-rame do dia-à-dia, a escola dos miúdos, a renda
para pagar e isto e aquilo e de como nós andamos todos para aqui a tentar
sobreviver neste simulacro de mundo, de sociedade, guiada e manietada por gente
que, a meu ver, não tem verdadeiramente boas intensões, que dispõe e predispõe dos
meios para nos subjugar a uma escravidão mascarada de falsa sensação de liberdade
e democracia, entre futebóis e guerras convenientes, outras menos, entre falsos
discursos de recessões económicas e energéticas e pandemias que vão e vêm como
eu mudo de camisa, poderia eu perder o meu tempo a derrapar sobre estes
assuntos, mas de nada vale, nada convenço, de nada serve gastar essa tao
preciosa energia, poderia também contar por aqui a história de como a minha
cadela perdeu o olho nesta véspera de natal, no dia de aniversario do meu mais
novo, e do veado que cruzei na floresta e que me falou, mas tudo isso são coisas
do passado, são coisas de um fim de ano que já lá foi, e é no presente e no
futuro que precisamos de centrar o alvo.
Revelações, assim como para os três
pastorinhos, tenho que as guardar para mim, não quero ser desmancha prazeres, spoiler
da minha própria vida, simplesmente sei, que é hora de mudar, um ciclo passou,
e outro acabou de chegar, mudanças e mais mudanças nesta roda da vida, assim
como o cabelo, que se corta e volta a crescer, assim como as folhas das árvores,
caducas, que caíram e renasceram numa nova Primavera, temos, tenho, sem duvida
de fazer uma limpeza em mim mesmo, de dentro para fora, por exemplo, libertei-me
das vinhas e abri a minha própria microempresa, com o objectivo de daqui por um
ano e meio estar então, completamente independente economicamente falando, mas
se quero que ela funcione não posso andar aqui a perder o meu tempo a fazer fotomontagens
e textos vazios nas redes sociais em vez de usar esse mesmo tempo para fazer
avançar a empresa, que preciso de ir buscar a força que reside dentro de mim
para combater e vencer essa preguiça que me assola, esse medo de falhar e que
me leva à inercia, essa moleza de deixar para amanha o que podia ter feito hoje,
não é Variações?
Por isso, neste novo ano solar, não posso,
mais do que outra coisa, deixar de vos desejar coragem, de vos dizer de
seguirem em frente com os vossos sonhos e que não se deixem abater por nada nem
ninguém, não se deixem enganar, desliguem a televisão e venham viver a vida. Não
sei se já citei uma vez ou não, mas nunca é de mais recordar as palavras, ou
melhor, o livro de Baden Powell, fundador do escutismo: “Impele a tua própria Canoa”.
As minhas revelações estão lá, coragem, saúde, força, vontade, amor, felicidade
e gratidão. Obrigado por tudo, por aqui continuarei, de pé!
Um Grande Abraço e um Óptimo Ano Novo a todos
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